APARTAMENTO NA RODRIGUES SAMPAIO, LISBOA
PROMOTOR: URBANTHING, SA
PROJETO REALIZADO EM CO-AUTORIA COM RODOLFO GONÇALVES
A fracção a intervencionar faz parte de um edifício de habitação plurifamiliar da primeira metade do sec. XX, integrante da lista de bens imóveis de interesse municipal. A planta é estruturada ao longo de um corredor de circulação central a partir do qual se acede aos espaços funcionais que se dividem em sala de estar e dois quartos a poente e sala de jantar, cozinha, uma instalação sanitária e ainda um quarto, a nascente. Reconhece-se o interesse patrimonial do conjunto arquitectónico, e, apesar dos interiores simples, sem elementos decorativos históricos relevantes, identificam-se aspetos a preservar como parte integrante de um caráter próprio do seu tempo, que se valorizam e se pretende salvaguardar, ao mesmo tempo que se mantém um espirito aberto à inovação, correcção e reinvenção, necessárias à atribuição de melhor qualidade e conforto de habitar, fundamentais para a revitalização do património e para a sua perduração no tempo. Novos elementos a introduzir como instalações sanitárias e cozinhas, serão assumidos numa linguagem actual, que, embora integrados, não deverão confundir-se com os antigos e serão contribuintes para a história do edifício, num permanente equilíbrio entre modernização/sustentabilidade/identidade. Manter-se-á a matriz organizacional do espaço numa atitude preferencial de adaptação/recuperação, em que são parcialmente mantidos espaços privados e sociais existentes. Reorganizam-se os espaços a tardoz que são desta forma reconfigurados numa nova espacialidade, mais ampla e permeável à iluminação natural dos seu dois alçados. Na atual marquise pretende instalar-se agora a cozinha que beneficiará de melhores condições de luminosidade e ventilação. São introduzidas duas novas instalações santárias, num espaço atualmente interior, formando 2 suites, e uma outra instalação sanitária junto ao corredor de circulação. Os espaços privados ficam então confinados à zona norte (posterior), ficando os espaços sociais interligados visual e espacialmente, numa convivência ampla e luminosa. Em matéria de elementos a preservar, será mantido o pavimento original em madeira, as portas interiores e de patamar. Quanto a revestimentos novos manter-se-á a madeira nos novos espaços sociais e o mosaico nas zonas húmidas e cozinha.